quinta-feira, 21 de abril de 2011

DIA 35

E nada me desperta.
Chaves novas em punho, um novo jeito de abrir o portão. Vem um aconcheco, um abraço, uma energia. Paraíso astral, as estrelas dizem.
Hoje posso dizer que estou mais leve.
Posso enfim dizer que estou feliz de estar onde as estradas me trouxeram.
Isso não diminui nenhuma gota da minha saudade.

terça-feira, 19 de abril de 2011

DIA 34

Os dias sempre duram mais de 24 horas e você diz que vai vigiar minha rotina pra eu não perder a aula, pra não deixar tudo pro ultimo minuto, pra eu conseguir respirar mais aliviada e ter tempo de arrumar minhas malas sem pressa.
Mas talvez eu já esteja tão acostumada com esse meu desequilibro e até tenha desaprendido a respirar sem ter o peito apertado.
Amanhã será melhor, agora só me ajude a descer as malas até o portão.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

DIA 33

Porque eu odeio fazer conta.

Bebo café como se fosse água e me faltam todas as palavras.
2.000 maneiras de dizer uma coisa só.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

DIA 24

Surpresas cinematográficas.
O dia começa com a já conhecida dos de cabeça do dia seguinte, horas a mais na cama. Saio um pouco pra tomar um ar e tomo um banho de chuva, necessário.
Noite longa e estranha. Já me disseram que não se deve conversar com estranhos mas eu não resisto a tentação de quebrar uma regra.
São só 4 horas da manhã e meus olhos nem estão pesados ainda. A cama agora é mais um hábito do que uma necessidade.

DIA 23

Encha o copo de água e diga uma verdade. 
Só buscamos diversão e temos mais uma garrafa de vodka na geladeira.
I have friends in holy spaces.
Você veio e me disse meia palavra, sumiu. Talvez, assim de tão longe, eu não pareça tão interessante.

sábado, 9 de abril de 2011

DIA 22

Doze horas de sono, sem interrupções. Poderia ser bom se não viesse junto com uma dor de cabeça incomoda e várias mensagens de preocupação.
Eu estou bem.
E estou acostumada.
E meu Deus, como são inúteis essas fugas de mim mesma!

DIA 21

Outra falta e peso na consciência, juro que isso não vai se repetir.
A TV diz que a realidade pode ser um filme do Gus Vant Sant e eu não duvido disso. 
Caos.
Uma sala secreta cheia de fumaça. Daí vem vinho com água, depois de três taças nós não temos mais tantos segredos assim.
Sou pequena demais pra tudo isso, tudo isso transborda e eu não sei como parar.
Espero não ter estragado tudo de novo. Não importa quantas milhas eu ande, a história sempre se repete e os hematomas são os mesmos. Te mando notícias quando levantar.

quinta-feira, 7 de abril de 2011

DIAS 19 E 20

“Sorte e azar vão me disputar...”

19 - AZAR
Mais uma bolha no pé, de tanto procurar por aí. Logo nos primeiro minutos me vem o café adocicado pra fazer companhia, vem também a falta dos abraço, vem um tanto de frio. O sono e os possíveis sonhos são interrompidos por batidas na porta e um chorinho agudo. Dizem que os cachorros são os melhores amigos do homem, eu não tenho tanta certeza. Negação, negações. Uma seguida da outra, falta ar. Tenho duas semanas pra fazer malas de novo. E eu nem sei como me mover daqui até ali. Sempre acabo numa escada, com o rosto nas mãos e sem saber o que fazer. A ordem dos fatores não altera o produto.

20 - SORTE
As lágrimas hoje não são minhas, nem são tão tristes. Sou desatenta, viajo nos meus pensamentos o tempo inteiro, estou longe sempre. Sei que tenho colo, tenho um lugar pra me esconder e quem empreste algum lenço que me proteja o pescoço. O zumbido no ouvido pode ser um bom sinal, mas mesmo assim preciso diminuir o volume dos fones. Preciso lembrar de conferir listas compulsivamente, olhar a caixa dos correios sempre. As vezes as boas notícias chegam e a gente nem percebe.


segunda-feira, 4 de abril de 2011

DIA 11-18

(acumulados como o lixo reciclável na área de serviço, porque eu sempre esqueço de descer as escadas com o que pode ser usado de novo e só me dou conta quando passa da hora, só me dou conta de que poderia ser falado quando as palavras não saíram. só me dou conta que acabou depois de dias de ausência... Mas acabou o quê?)


Me vem euforia do começo e eu faço força pra agarrá-la, pra degustar cada pedaço antes que acabe, que esse gosto doce nunca me saia da boca, eu peço, imploro, eu rezo. É até estranho de dizer, as senhoras me olham estranho quando eu entro naquela igreja, me ajoelho e rezo. E peço a Deus: "Por favor, exista."